quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ONDE A VIRGEM MARIA LEVA OS QUE A ELA SE CONSAGRAM?

Para responder a esta pergunta é preciso, antes, responder a outra: onde e em que situação Jesus nos deu Sua mãe como nossa mãe?

O Evangelho de João nos responde:“junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo. Eis aí tua mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19, 25 - 27) Jesus nos deu Sua mãe junto à cruz, debaixo da cruz e enquanto o seu sangue estava escorrendo sobre a terra.

A Virgem Maria, como mulher cheia do Espírito Santo e de sabedoria, sabe muito bem o que deve fazer com os filhos que a ela se consagram.

Ela “reflete”: “onde foi mesmo que meu filho Jesus me entregou como mãe de todos os homens? Por que será que ele não me entregou nas Bodas de Caná, onde eu consegui que antecipasse seu tempo e fizesse o primeiro milagre?Por que ele não me entregou, como mãe, quando ele estava no auge de sua popularidade, quando multidões o procuravam para ouvi-lo e serem curados?Por que ele não fez uma grande convocação com os anjos tocando trombetas e, então, solenemente me entregou como mãe de todos?

“Minha marca que encantou o Senhor foi a humildade” (Lc 1, 48). “Assim costumo agir: quando alguém se entrega a mim eu tomo este filho e levo-o aos pés da cruz a fim de que ele seja lavado com o preciosíssimo sangue de meu Filho, para que alcance a graça do arrependimento de seus pecados e, pela Sua Divina Misericórdia, possa alcançar a salvação.

Eu não sou a salvadora. Eu sou MÃE. Eu nunca esqueci onde meu filho, Jesus, me entregou como mãe de todos: aos pés da cruz e enquanto Seu sangue era derramado pela salvação de todos.João, o discípulo amado, representando todos vocês levou-me para a sua casa (Jo 19, 27). Mas, eu, levo vocês para os pés da cruz. Intercedo em vosso favor para que vocês possam reconhecer seus pecados, arrepender-se e desejar mudar de vida, e, com isso, ser perdoados e lavados pelo sangue preciosíssimo do meu filho Jesus.

Eu levo meus filhos até meu Filho Jesus. Eu rogo por eles, como fiz nas bodas de Caná (Jo 2). Só Ele pode perdoar os pecados. Vocês acham que meu filho recusa um pedido de sua mãe?Ninguém pode ser meu verdadeiro filho se rejeita meu Filho, Jesus. Afinal ele mesmo disse: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim’. (Jo 14, 6) e também está escrito: ‘em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos’. (At 4,12)

Meu adversário, o demônio, é o enganador. Eu lhes apresento a verdade: meus verdadeiros filhos devem permanecer junto comigo, aos pés da Cruz. Ali está a fonte da eterna misericórdia. Tomar a Cruz e segui-lo (Mt 16, 24). Eu sou a Mãe das Dores. Eu fui dada na dor. Somente João, o discípulo amado, permaneceu junto ao meu Filho Jesus. Os outros fugiram. Eu posso não ter estado junto com meu Filho, Jesus, nos grandes momentos em que todos o aclamaram e o procuravam. Mas, na hora da dor, em que ele mais precisava de apoio, eu estive ao Seu lado. Permaneci de pé, junto à cruz.

É o mesmo que desejo fazer hoje: ficar junto de você, meu filho, e, com você, junto à cruz do meu Filho e nosso Salvador, Jesus Cristo”.

Em síntese podemos dizer:Quem se consagra à Virgem Maria, é levado por Ela até Jesus. Quem acolhe Jesus, reconhece seus pecados, arrepende-se, confessa seus pecados, pedindo a Sua Misericórdia, obtém o perdão. Então Jesus, o Caminho, o leva ao Pai

Outubro - Mês dedicado às missões

“Não se abre uma rosa apertando-se o botão”, escreveu alguém. É um pensamento muito próprio para uma reflexão sobre a vocação missionária do cristão para o mês que se avizinha: o mês de outubro, dedicado às missões. Jesus disse ao enviar os apóstolos para anunciar o ano da graça: “Eis que vos enviou como carneiros em meio a lobos vorazes” (Cf. Mt. 10,16). E, quando, mal recebidos em uma cidade, João e Tiago pretendiam mandar o fogo dos céus sobre aquele povo, mas Jesus os repreendeu “Não sabeis de que espírito sois. (Cf. Lc. 9,55).

A primeira atitude do missionário deve ser a mansidão. O anúncio da Boa Nova é um anúncio de paz. O texto do profeta Isaias lido por Jesus na sinagoga de Nazaré (Cf. Lc. 4,16-22)) e a si próprio aplicado, diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, eis porque me ungiu e mandou-me evangelizar os pobres, sarar os de coração contrito, anunciar o ano da graça”(Cf. Is. 61, 1-4)

E, logo a seguir, no Sermão da Montanha, revirando todos os princípios e conceitos que o pecado instilara nos corações dos homens, da sociedade e da cultura, declara bem aventurados os mansos, os misericordiosos e os que promovem a paz(Cf. Mt. 5)

A violência e a agressividade afastam os corações. Não é a toa que Santa Terezinha foi declarada padroeira das missões, ela que jamais transpôs as grades de seu convento e, partindo deste mundo aos vinte quatro anos, podia prometer que dos céus enviaria uma chuva de rosas sobre a terra. São Francisco de Sales, igualmente ensinava que se apanham mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre.

Quanta paciência e compreensão mostraram os santos missionários de todos os tempos na inculturação da fé em corações duros e arraigados numa cultura pagã totalmente diversa dos caminhos cristãos. Davam tempo ao tempo, como o semeador aguarda com paciência o tempo da colheita.

Ainda no Evangelho lido na liturgia de dias atrás, diante da crítica dos fariseus, Jesus amorosamente acolhe a pecadora pública e lhe perdoa os pecados, e não reprime com exasperação o pecado dos “puros de todos os tempos”, mas os leva à conversão chamando-os ao amor.(Cf. Lc. 7, 36-50) Assim também em outro episódio, uma ceia junto a publicanos e pecadores, o Mestre disse aos que o criticavam: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas os doentes. Ide aprendei o que significa: prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Cf. Mt.9, 10-14).

O plano salvífico de Deus não é imposto. Como na criação Deus respeitou a vontade do homem que optou pelo pecado, assim também o respeita na opção que ele faz diante da oferta da salvação. “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”, diz Santo Agostinho.

O cristão que tem, pelo batismo, a vocação missionária, a missão de anunciar a Boa Nova, tem de ter, ele próprio, um coração semelhante ao de Cristo, manso e humilde, como pedimos na jaculatória, “fazei nosso coração semelhante ao vosso”.

Paulo VI, na Evangelii nuntiandi exorta: “A obra da evangelização pressupõe um amor fraterno, sempre crescente, para com aqueles a quem ele (o missionário) evangeliza.” (nº 79) e cita São Paulo aos Tessalonicenses (2Tes. 8) como programa.

Refere-se ainda, exemplificativamente, a outros sinais de afeição que o missionário tem de ter em relação ao evangelizando: o respeito pela situação religiosa e espiritual das pessoas a quem se evangeliza; a preocupação de se não ferir o outro sobretudo se ele é débil em sua fé e um esforço para não transmitir dúvidas ou incertezas nascidas de uma erudição não assimiladas.

O missionário, ao levar a Boa Nova a um mundo angustiado e sem esperança ou cuja esperança se esgota com o último suspiro, não pode se apresentar triste e descorçoado, impaciente ou ansioso, mas deve manifestar uma vida irradiante de fervor e da alegria de Cristo.

Nesse espírito o missionário, sem tergiversar sobre sua fé e sobre a mensagem, abra sua voz para “propor aos homens a verdade evangélica e a salvação em Cristo,com absoluta clareza e com todo o respeito pela opções livres que a consciência dos ouvintes fará” (E.N 80). Lembre-se “não se abre uma rosa apertando-se o botão”.