sexta-feira, 15 de abril de 2011

Homilia Diária

Somos vitoriosos por intermédio da unção do Espírito Santo Mais uma vez procuravam prender Jesus, mas Ele escapou das mãos deles. Para os que meditaram o Evangelho desta semana, além de ler a partilha, puderam perceber que durante toda a semana os fariseus tentaram prender o Senhor, mas nunca conseguiam prendê-Lo nem apedrejá-Lo. Em primeiro lugar, eles não conseguiam prender Jesus, e muito menos apedrejá-Lo, porque ainda não era chegada a hora de o Senhor viver a Sua Paixão. Nós, muitas vezes, em meio às doenças, ao desemprego, às tribulações na família, às dificuldades nos relacionamentos, ficamos apreensivos e nos sentimos como se já não tivéssemos mais forças para continuar. Mas saiba que nada é por acaso, e jamais Jesus deixará que algo nos aconteça se não for a nossa hora. Jesus pregava sabendo que os fariseus tentariam prendê-Lo, mas Ele não tinha medo. Ele os incomodava e o que O fazia perseverar era a confiança que Ele tinha no Pai. Mas essa confiança vinha da oração e, se você não reza, se você não busca a Deus em oração, todas as vezes em que surgirem as tribulações em sua vida, você se sentirá derrotado, desanimado e com um sentimento de abandono. Talvez hoje você esteja assim, mas saiba que Jesus está ao seu lado e nada acontece antes da hora. O que devemos fazer, isto sim, é entrar na pessoa deste Jesus humano que foi perseguido, que foi caluniado, que foi maltratado e que foi crucificado, mas, que no fim, saiu glorioso e vitorioso! Essa é a vontade de Deus para nossa vida, para a sua vida, meu irmão, minha irmã: que você seja vitorioso (a) em meio às tribulações e perseguições que tem sofrido. Saiba e perceba que quando Cristo se sentia ameaçado Ele se retirava do meio dos homens para ficar só. E no caso de hoje, Ele retorna à fonte, ao início do Seu ministério. Vai para o Jordão onde foi batizado e onde recebeu a unção do Espírito Santo, e a voz do Pai testemunhou a Seu favor. Por essa razão, quando você se sentir ameaçado volte às origens. Relembre do lugar onde você foi batizado e deixe que a unção batismal seja reinflamada para ser reconfirmado na fé e poder caminhar pacientemente ao encontro do Cristo vitorioso. Você foi batizado na Igreja, na casa de Deus. Se voltar para lá – como Jesus fez para se fortalecer – você sairá vitorioso. Por isso, acorde, meu irmão! Saiba que sem Deus nada podemos fazer. Retire-se para a pia batismal, o lugar onde recebeu a unção do Espírito Santo. E então, como Cristo, você será testemunha da Boa Nova da salvação a todas as pessoas, começando pelos de sua casa. Ademais, a Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até onde nos for possível. O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé. “A Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a Palavra de Deus”. O sinal efetivo de nossa fé se reflete nas obras que realizamos e que brotam segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus. “Acaso não está escrito na vossa Lei: Eu disse: vós sois deuses?” A verdadeira fé nos induz à disponibilidade a Deus, semelhante a de Maria na Anunciação do Anjo, tornando-nos instrumentos de Sua ação junto aos nossos irmãos. Deus sempre age por intermédio dos homens, mas nós só temos méritos quando nos colocamos conscientemente disponíveis à Sua ação. As boas obras decorrentes de nossa fé são elementos importantes de evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos de Jesus a afirmarem convictamente: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo que ele disse a respeito deste homem, é verdade“. Mas, para isso, é preciso voltar à fonte batismal para sermos reabastecidos constantemente.

Significado Liturgico da Semana Santa

Domingo de ramos Durante todos esses dias da Quaresma, “de coração purificado, entregues à oração e à prática da Fraternidade”, preparamo-nos para celebrar a Páscoa, a Festa maior da Liturgia. E agora, neste dia 13 de abril, iniciamos a Semana Santa, com o Domingo de Ramos. A Liturgia deste Domingo compreende dois momentos: - a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, narrada em Mateus, 21,1-5: “Dizei à filha de Sião: Eis que o Teu Rei vem a Ti, manso e montado mum jumento”; - em Marcos, 11,9: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino que vem, o Reino de nosso Pai Davi!”; em Lucas, 19 “Bendito o que vem, o Rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”. Também no 4º Evangelho: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor: o Rei de Israel!” (Jo 12,13). Todos Evangelistas querem realçar o Prenúncio da majestade do Senhor Jesus. Os paramentos festivos, os cantos de louvor, os gestos dos fiéis que levam ramos em suas mãos são o sinal de régio triunfo do Cristo ao morrer na Cruz. - o segundo momento deste Domingo tem início com a Liturgia da Palavra: o Servo sofredor de Isaías (50,4-7), o Cristo que se fez obediente até a morte, e morte na Cruz (Fil. 2,6-11) e a Proclamação da Paixão segundo são Mateus. E assim toda Comunidade cristã entra em clima de Semana Santa para celebrar o Mistério do Senhor morto, sepultado e ressuscitado. 5ª-feira santa Como no ano passado, a celebração da Missa dos Santos óleos, na parte da manhã desta 5ª Feira será no Ginásio de Esportes de Campinas. Todas as Comunidades participam. O Presbitério todo se faz presente para concelebrar com o Bispo. O óleo consagrado nesta Missa será levado a todas Comunidades da Arquidiocese, estabelecendo a íntima união que deve existir entre o pastor (o Bispo) e as Ovelhas (os fiéis). Nesta missa também, os Padres, cooperadores do Bispo na Ordem sacerdotal, renovam, diante do Bispo e do povo fiel, os compromissos ministeriais. Na parte da tarde, com a celebração da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, tem início o Triduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, que possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Este Tríduo Pascal se nos apresenta como ponto culminante de todo Ano Litúrgico. Nesta missa – chamada de Ceia do Senhor – a Igreja faz a memória da instituição da Eucaristia, “memorial da Páscoa do Senhor, que se perpetua no meio de nós, através dos sinais sacramentais, o Sacrifício da Nova Lei”: da Instituição do Sacerdócio Católico, pelo qual se perpetua no mundo a Missão e o Sacrifício de Cristo; e também da Caridade com que o Senhor nos amou até a morte, e morte de cruz, e nós devemos, também, nos amar uns aos outros como o Senhor nos amou. Este amor fraternal é simbolizado pela cerimônia do Lava-pés. 6ª feira santa Neste dia não é celebrada a Santa Missa. Ali pelas 3 horas da tarde, horário presumível da morte de Jesus Cristo, faz-se a Celebração da Paixão do Senhor. Esta consiste na Liturgia da Palavra com a Proclamação do Evangelho, narrando a Paixão e Morte do Senhor: nas Orações universais; na Veneração da Santa Cruz e na Comunhão Eucarística. “A obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no Povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Jesus, principalmente, pelo Mistério Pascal da sua Bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, Mistério pelo qual, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, restaurou a nossa vida. Foi do lado adormecido de Cristo na Cruz que nasceu o admirável Sacramento da Igreja” (SC. N. 5) Sábado Santo Neste dia a Igreja permanece de luto, junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte. Somente no final do dia é celebrada a Solenidade da Vigília da Páscoa. Segundo antiquíssima tradição, esta noite de Sábado é “uma Vigília em honra do Senhor” (Ex. 12,42). Assim os fiéis, segundo advertência do Evangelho (Lc 12,35), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como os que esperam o Senhor, para que, ao valtar os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa. Esta vigília celebrada na noite do Sábado Santo é o Centro da Liturgia de todo Tríduo Pascoal. Ela começa com a bênção do Fogo e a consagração do Círio Pascal que deverá ser o símbolo da Páscoa do Senhor, durante todo ano, ao ser aceso nas Missas de Domingo. Em segunda, diante do Círio, é feita a proclamação da Páscoa. Continua com a Liturgia da Palavra, com Leituras tiradas do livro do Gênesi, do Êxodo, dos Profestas e do novo Testamento. Após a proclamação do Evangelho, vem a Liturgia Batismal, com a Bênção da Água e a Renovação das Promessas do Batismo. A Liturgia Eucarística é o coroamento dessas significativas cerimônias da Vigília Pascal. Oxalá a comunidade paroquial, ao poucos, vá se inteirando dessa riqueza litúrgica do Sábado Santo e possa Participar dessa Vigília Pascal. Domingo da Ressurreição Páscoa do Senhor – Cristo Ressuscitou verdadeiramente e está vivo entre nós. Toda nossa fé católica, toda nossa vivência cristã estão fundamentadas no fato histórico da Ressurreição de Jesus Cristo. Se Cristo não Ressuscitou, diz São Paulo, vã é a nossa Fé. Este Domingo da Ressurreição é continuado através do Ano Litúrgico, nas Celebrações dominicais que são a memória da Páscoa do Senhor. Além das celebrações litúrgicas da Semana Santa, temos ainda algumas atividades devocionais e para-litúrgicas. Via Sacra- Devoção tradicional da Igreja e característica da Quaresma e da Semana Santa. Adoração ao SS. Sacramento- Na 5ª Feira Santa, especialmente para os Irmãos do Santíssimo e Ministros da Eucaristia. O Canto do Perdão - Na 6ª Feira Santa. Tradição que nos veio da Velha Capital, a Cidade de Goiás. A Procissão do Senhor Morto- Multicentenária tradição da Igreja do Brasil, herança de nossos colonizadores portugueses. Nota: A Cruz que nós veneramos na Celebração da 6ª Feira Santa, contém preciosa relíquia: um fragmento da verdadeira Cruz do Senhor Jesus. A Igreja nos convida todo ano a crescer na santificação pessoal, celebrando com muita sinceridade e Fé, os Ritos sagrados da Semana Santa e da Páscoa do Senhor. “De coração purificado” pela confissão de nossos pecados e fortalecidos pela Eucaristia, possamos sair desta Páscoa como verdadeiros seguidores do Evangelho, testemunhando em nossa vida a Fé no Cristo Ressuscitado.